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Aplicativos pedagógicos com IA são feitos por diferentes especialistas para atender crianças

Em tempos de ChatGPT e tantas possibilidades acessíveis para usar inteligência artificial, pode ficar a impressão de que ter IA em um produto ou serviço é fácil e rápido. Ainda que a tecnologia seja cada vez mais parte do dia a dia, o processo para inserir essas funcionalidades em algo é complexo, especialmente quando feito para crianças.

Além das questões técnicas e processuais de um aplicativo com IA, projetos feitos para o público infantil têm um componente essencial: a base pedagógica.

A empresa Quinyx, que fornece produtos de tecnologia educacional, mostra que aplicativos infantis com IA nascem de um processo interdisciplinar com várias fontes e especialistas para garantir que este atenda às necessidades educacionais e psicológicas das crianças.

Contamos com pedagogos e educadores, que desempenham um papel fundamental com insights sobre os objetivos de aprendizado, currículo, abordagens pedagógicas eficazes para diferentes faixas etárias. Também consultamos psicólogos para entender como as crianças aprendem e se desenvolvem cognitivamente, emocionalmente e socialmente.

Além desses profissionais, um aplicativo pedagógico com IA precisa de especialistas nessa área e em Ciência de Dados, para desenvolver os componentes como algoritmos de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural. Enquanto isso, Designers de Experiência do Usuário (UX) e Designers de Interface do Usuário (UI) criam uma interface amigável e atraente, com usabilidade e interatividade.

Participa ainda a equipe que desenvolve o conteúdo educacional, como exercícios, lições e atividades interativas, e os profissionais de marketing e distribuição, que trabalham para que o aplicativo alcance seu público-alvo.

Na Quinyx, temos uma área de PDI (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). O envolvimento de especialistas é fundamental para que o aplicativo seja educacionalmente valioso, seguro e atrativo para as crianças, equilibrando as necessidades pedagógicas, psicológicas, técnicas e de design. Todos colaboram para garantir que a IA seja usada de maneira pedagogicamente eficaz.

Tempo para tudo

Um aplicativo simples, com recursos básicos, pode ser desenvolvido em algumas semanas a alguns meses. Já aplicativos mais complexos, com recursos avançados de IA, interatividade e uma ampla gama de conteúdos pedagógicos, podem levar até seis meses para serem concluídos.

 

Os fatores de impacto nesse sentido incluem o conteúdo pedagógico personalizado, como lições, exercícios e avaliações. Há ainda o desenvolvimento e a integração atrativa com a inteligência artificial, bem como os testes de qualidade, segurança e usabilidade.  Ao final, testar o aplicativo com usuários reais, coletar feedback e ajustar adicionam mais tempo ao processo, mas são fundamentais.

Enquanto a empresa desenvolvia o aplicativo “Ciência da Natureza”, que usa a IA para estimular a curiosidade e o pensamento crítico em crianças, notamos que as crianças ficavam tão envolvidas que faziam perguntas ainda mais profundas e complexas do que as previstas. Apresentamos uma pergunta sobre como as plantas crescem, e uma criança começou a questionar sobre a fotossíntese e os processos bioquímicos envolvidos. Repensamos a estrutura. Em vez de apenas fornecer respostas diretas, a equipe decidiu incluir um recurso para as crianças se aprofundarem nos tópicos e descobrirem mais informações.

E mesmo depois de pronto, é importante lembrar que aplicativos educacionais têm um processo contínuo de atualizações e melhorias ao longo do tempo. Em certa medida é possível tornar o processo mais rápido reaproveitando alguns conhecimentos e recursos, como algoritmos e modelos de IA, ou princípios de design de interface de usuário e interação. Mas a personalização é sempre requerida.

Ter uma estratégia sólida antes de criar e disponibilizar um aplicativo com IA para crianças é fundamental, tanto para o sucesso do projeto, como para proteger as crianças de riscos online e de conteúdo inapropriado, além de garantir a transparência para os pais e, claro, seguir diretrizes éticas, respeitando a privacidade, a diversidade e os direitos das crianças.

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